Intitulada 'Contragolpe', ação promove apresentações de dois espetáculos e discussões no Teatro Arraial, nos dois primeiros fins de semana de março.
Por G1 PE
27/02/2018
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Espetáculo 'A Invenção da Palavra' faz parte do projeto Contragolpe (Foto: Fred Jordão/Divulgação) |
Parêa Teatro e a Janela Projetos realizam, nos dois primeiros finais de semana de março, o projeto Contragolpe, no Teatro Arraial. A ação, uma crítica à atual realidade brasileira, ao judiciário e à mídia, promove apresentações de dois espetáculos, "A Invenção da Palavra" e "Martelada", seguidas de debates.
"Diante deste quadro nada animador, qual deve ser a postura das pessoas que trabalham com cultura? Devemos nos aquietar e esperar passivamente que um dia tudo passe? Ou atuar para que as nossas vozes sejam ouvidas e, assim, possam engrossar o coro dos milhões de excluídos e excluídas?", questiona o ator Cláudio Ferrario, destacando que a "ocupação" do teatro se dá sem qualquer lei de incentivo.
De acordo com ele, serão quatro noites regadas a teatro, para "juntar pessoas, discutir e disseminar ideias, para multiplicar os contragolpes". Assim, após as apresentações, haverá discussões específicas para cada dia.
No dia 2, após "A Invenção da Palavra", o debate será sobre a luta dos trabalhadores e trabalhadoras sem terra e sem teto. No dia 3, o mesmo espetáculo será seguido de uma discussão sobre a luta das mulheres.
No dia 9, depois da encenação de "Martelada", vem debate sobre a luta das nações indígenas e das comunidades quilombolas. No dia seguinte, o espetáculo e a discussão são dedicados à luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura popular.
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'Martelada' é um monólogo encenado e escrito por Cláudio Ferrario (Foto: Ricardo Lima/Divulgação) |
Espetáculos
"A Invenção da Palavra" faz uma viagem poética e lúdica pela humanidade. Apresenta dois velhos, brincantes, palhaços, loucos, mendigos a se divertirem com uma peleja entre Deus e o capeta para se saber, de fato, quem inventou a palavra. Um espetáculo minimalista, que faz da atuação dos atores, suas palavras e seus gestos, força propulsora da construção dramática. O texto é de Cláudio Ferrario, com encenação de Moncho Rodrigues. Atuam o próprio Cláudio e a atriz Olga Ferrario.
"Martelada" tem texto de Cláudio Ferrario e direção de Dea Ferraz. A peça mergulha no repertório de histórias e conflitos de um velho Mateus de cavalo-marinho afastado da brincadeira. A narrativa do monólogo foi construída após andanças por quatro cidades da Zona da Mata Norte de Pernambuco, e faz uma viagem abstrata inspirada nas três vezes em que Martelo, figura do tradicional cavalo-marinho, afirma ter ido ao inferno. É uma ode às pessoas que guardam na memória as histórias do passado e na oratória a capacidade de passá-las adiante.
Serviço
Contragolpe
Teatro Arraial - Rua da Aurora, 457, Boa Vista
2 e 3 de março: "A Invenção da Palavra", às 20h
9 e 10 de março: "Martelada", às 20h
R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
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