sexta-feira, 15 de julho de 2016

Fãs de Hector Babenco no Amazonas lamentam morte do cineasta

Babenco morreu na quarta-feira (13), vítima de ataque cardíaco.
Ele concorreu ao Oscar em 1985 por "O beijo da mulher-aranha".

Hector Babenco no set de 'Brincando nos campos do Senhor' (1991) (Foto: Divulgação)

Fãs amazonenses lamentaram a morte do cineasta Hector Babenco, vítima de um ataque cardíaco na noite de quarta-feira (13), em São Paulo. Nascido na Argentina e naturalizado brasileiro, o diretor tinha 70 anos e havia sido indicado ao Oscar em 1985, pelo clássico "O beijo da mulher-aranha". Além do longa, também dirigiu sucessos como "Pixote: A lei do mais fraco" (1982) e "Carandiru" (2003).

Para o cineasta Emerson Medina, o Brasil perde um diretor de renome internacional - Babenco já havia trabalhado com os "hollywoodianos "Jack Nicholson, Meryl Streep e William Hurt, que ganhou o Oscar de melhor ator por" O beijo da mulher-aranha". "[O maior feito dele] foi ter colocado o Brasil no mercado americano, como um país de diretores. O Glauber [Rocha] e o Bruno [Barreto] tinham um alcance em outros mercados, mas o Babenco foi o que mais atuou trabalhando com atores consagrados de Hollywood", afirmou Emerson ao G1.
Dentre os mais de dez filmes assinados pelo saudoso diretor, o cineasta amazonense destaca "Pixote: A lei do mais fraco" como sendo o favorito.



'Meu amigo hindu', de Hector Babenco
(Foto: Divulgação/Mujica Saldanha)
'Meu amigo hindu', último filme de Hector Babenco
(Foto: Divulgação/Mujica Saldanha)
"Ele ['Pixote'] fala de uma coisa que repercute ainda hoje no Brasil. É até um absurdo pessoas falarem em redução da maioridade penal quando o filme já mostrava, desde aquela época, como a situação já era terrível. Pela crueza, 'Pixote' evitou que o Babenco deslizasse pelo melodrama, coisa que me desagradou em algumas cenas de 'Carandiru' e 'Brincando nos campos do Senhor', por exemplo. Eu prefiro o Babenco de 'Pixote', 'Lúcio Flávio, o passageiro da agonia' e 'O beijo da mulher-aranha'", explicou Emerson.
Criador do site amazonense de cinema Cine SET, o jornalista Caio Pimenta lembra o primeiro filme que assistiu do diretor: o polêmico "Carandiru". Apesar de ter achado a superprodução nacional "fraca", ele admirava a capacidade de Babenco de conciliar o cinema de arte com a capacidade de dialogar com o público.

"Ele tratou de temas sociais sobre o lado da violência urbana e marginalidade brasileira ['Lúcio Flávio' e 'Pixote'], se aventurou por temas complexos de maneira para lá de criativa ['Mulher-aranha'], experimentou o cinemão americano até chegar nas obras pessoais. Essa diversidade temática aliada à coragem, mais a capacidade de querer buscar o público de maneira inteligente são, na minha visão, o legado deixado pelo Babenco", frisou o jornalista.

Hector Babenco no set de 'Brincando nos Campos do Senhor' (1991) (Foto: Divulgação)
Na opinião de Caio, o último longa-metragem de Hector Babenco, "Meu amigo hindu" (2015), diz muito sobre o que as obras do diretor representam para o cinema brasileiro. "Foi um sujeito capaz de se expor em seus filmes, colocando seus pontos de vista sociais sobre o Brasil ou sobre temas importantes da sociedade e, por fim, os próprios dilemas. A filmografia dele mostra um cara resistente e corajoso sempre capaz de questionar o mundo ao seu redor e a si próprio", encerrou.

fONTE: do G1 Amazonas 
Gabriel Machado
(*Colaborou com a matéria a repórter Camila Henriques)

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