PAI
E você, pai?
Meu velho, meu amigo, que tanto foi meu herói,
As vezes meu bandido
Me mostrava ser tão forte, destemido...
Jurava que eras imortal! Inatingível.
Você muito me enganou.
Me iludiu! Vejo-o distante nos teus pensamentos
Mergulho até no teu sofrimento
Percebendo que ao teu redor tudo está tão frio. Vazio!
E na calada da noite, no frio da madrugada
Sou acordado pelo pesadelo no qual você tão triste estava.
Parecia que terias vindo despedir-se de mim
Senti algo terrível.
Como nunca, me senti assim:
Triste, desolado, confuso, largado.
Sinto e vejo que estais a nos deixar.
Claro que involuntariamente
Mas já me sinto carente dos teus conselhos, dos teus ais!
Todavia, nisto a morte é justa.
Cada um por si.
Por todo carinho, ternura e amor
Que tenhamos uns pelos outros...
Não a convence. Cada um morre por se.
Evânio Barbosa
0 comentários:
Postar um comentário