MINHA CULTURA, MINHA IDENTIDADE
Eu sou a mulher que varre a rua
O homem que para ela, acena
O poeta que olha a lua
Sou também o seu poema.
Sou a canção do trovador
Do músico sou a batida
Sou á arte do ator
E os passos da bailarina.
Eu sou o gôsto da tapioca
O cheiro do bode cozinhado
A melodia da música que toca
O frevo, nos passos eternizados.
Sou o mestre da construção
A arquitetura do edifício
O barro do artesão
E a beleza do seu oficio.
Sou o mercado, a rua, o rio, e a igreja
Eu sou a crença e a fé
Sou a paisagem, e sua beleza
Sou o idoso, homem, menino, a mulher.
Sou o antigo, o moderno, patrimônio material
Sou o passado, o presente e o que virá
Sou as raízes de um povo, e seu íntimo imaterial
Eu sou a cultura, e estou em qualquer lugar.
Alexandre Sertão
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