HILTON FILHO
Artesão Petrolandense
Coloquei o bule no fogão, acendi o fósforo
E aproveitei o fogo pra acender mais um cigarro.
Dois tragos e o pensamento preso a ela.
Coloquei as xícaras, o açúcar, o bolinho de chocolate sobre a mesa.
Coei o café e o pensamento preso a ela.
Tomei o café, meio amargo, parecido com o sorriso meio que forçado.
Traguei mais uma vez, e olhei a fumaça desfazendo-se com o vento,
Assim como a reciprocidade dos meus sentimentos.
Uma boa lembrança surgiu com o calor que o café provocou,
Mas logo se desfez com todo o resto.
O café acabou. O cigarro apagou. E os sentimentos?
AVALIAÇÃO DOS SENTIMENTOS
“O amor tem a dimensão que você lhe dá.
Torná-lo grandioso, altruísta, é de sua livre escolha”.
É como acender o fósforo,
O fogo apaga e você acende sucessivamente até o vento ceder e deixá-lo queimar.
Tem um curto espaço entre a sua mão e o fósforo queimando.
Parece câmera lenta, tão surreal o modo como o tempo perde a lógica,
E 15 segundos parecem 30 anos.
E é nessa hora que você apaga todas as luzes já acesas no seu mundo
Para admirar aquela chama pequena, vibrante e quente.
Há uma longa celebração de vida ali,
Talvez melhor que canções de coragem servidas com cerveja refrescante, Prosa de porta de cozinha ou rimas de sarjeta.
É incrível como a chama do fósforo é efêmera.
E o mais incrível é a falta aterrorizante dos sentimos quando apagada.
É um vazio que não se consola, rodopiando na corrente de ar infinita
E ilógica, remando direto pra fora dessa paixão.
Torno a riscar o fósforo para reacender a chama desse amor verdadeiro e no novo dia, assim recomeça...
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